O segundo painel do último dia de ABF CON, em Comandatuba (BA), foi um momento de compartilhamento de vivências entre CEOs. O tema da conversa, mediada por Altino Cristofoletti Junior (Casa do Construtor), conselheiro da ABF, foi “Transformando o cenário econômico em oportunidades”. Participaram do debate Eduardo Alcalay(Bank of America – BofA) e Rogério Gabriel (Grupo MoveEdu), diretor-adjunto de Planejamento Estratégico da associação.
Cristofoletti aproveitou a presença de Alcalay para questioná-lo sobre a sua visão do atual contexto brasileiro e das perspectivas para 2024, o que poderia ajudar os empresários presentes a elaborarem seus planos anuais.
“O Brasil vem fazendo seu ‘dever de casa’ nos últimos anos, sobretudo na puxada para baixo das taxas de juros entre 2021 e 2022. Além disso, o novo governo manteve o equilíbrio fiscal, está trabalhando para que haja a reforma tributária, demonstrando sua responsabilidade macroeconômica”, disse o CEO do BofA.
Ele continua: “Robusta e diversificada, nossa economia conta com mais de 200 milhões de consumidores. Tivemos uma alta do PIB, que chegou a 3%, contrariando a projeção de cerca de 1,5%. Isso prova nossa resiliência. Mas vejo o ano que vem de forma cautelosa muito em face do cenário global atual”.
Altino fez a mesma pergunta para Rogério Gabriel, Presidente do Grupo MoveEdu e atual membro do conselho de inovação da ABED, que concordou e acrescentou sua perspectiva como empresário da área de educação.
“É fundamental que nossa empresa cresça e nosso ideal é chegarmos a 20%. Mas, para isso, precisamos continuar apostando na inovação e compartilhando o conhecimento com nossos franqueados, o que é uma das premissas do setor de franquias”, afirmou.
Mas o diretor-adjunto da ABF fez uma importante observação: “Também precisamos crescer mantendo um fluxo de caixa saudável e, para isso, contamos com um modelo bem testado”, complementou.
O líder da Casa do Construtor afirmou: Os dois dígitos são muito importantes também para nós e trabalhamos duramente para que nossa margem cresça e que o franqueado tenha uma sobra, e essa é uma das belezas do franchising”.
Ele também destacou a relevância da governança para o êxito dos empreendimentos, especialmente para as companhias de capital aberto, opinião que foi totalmente compartilhada pelos demais participantes.
Ao finalizar, Cristofoletti retomou a questão inicial e indagou a Alcalay como ele – sendo brasileiro e trabalhando em um renomado banco internacional – “divulga” a imagem do Brasil aos estrangeiros.
A resposta veio com números. “Somos a nona maior economia do mundo, a sexta maior população, estamos entre os maiores exportadores de commodities, somos uma grande potência na chamada economia verde e estamos entre as maiores economias emergentes. Com tudo isso, digo lá fora a quem quer que seja que não se pode se dar ao luxo de ficar fora do nosso mercado”, ressaltou.
Cristofoletti acrescentou à fala de Alcalay, reafirmando a potência que o franchising brasileiro tem. “Somos referência mundial e contamos com marcas nacionais em vários países que primam por todos os pilares do setor de franquias e ainda têm total respeito às particularidades locais”, disse.
Quando questionado pelo conselheiro da ABF sobre qual seria o “conselho de ouro” para os participantes, Rogério Gabriel respondeu.
“Não podemos deixar de lado a tecnologia e a inovação, que são instrumentos essenciais, mas também temos que valorizar a cultura organizacional, que é a responsável por refletir e cumprir a missão da empresa. Além disso, precisamos lembrar que as empresas são construídas por pessoas e se não cuidarmos delas, não teremos sucesso. Por fim, temos que ter uma atenção especial aos custos, buscando sempre os diminuir, e uma coragem para crescer, mesmo que o cenário não seja favorável”, concluiu.