O relatório Education at a Glance, publicado recentemente pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), revelou que quanto maior a escolaridade, menores são as chances de desemprego. A empregabilidade de jovens de 25 a 34 anos que concluíram o Ensino Superior no Brasil é 24 pontos percentuais maior do que daqueles que pararam suas jornadas de aprendizagem no Ensino Médio.
O mesmo levantamento mostra que somente 49% dos que ingressaram em cursos superiores em instituições brasileiras conseguiram se formar em até 3 anos depois do tempo previsto para o encerramento do programa pedagógico, que, em geral, é de 4 anos. No país, 83% dos estudantes desta etapa acadêmica são oriundos das escolas públicas, mas 75% daqueles que buscam um diploma do Ensino Superior estão na rede privada.
Esse quadro nos mostra que apesar de a formação acadêmica ser reconhecida como um diferencial pelo mercado de trabalho, a maioria dos jovens não consegue atingir esse objetivo. Os grandes grupos educacionais e a modalidade de ensino à distância permitiram que muitos tivessem acesso a mensalidades mais baratas e ao sonhado diploma. Porém, o que vemos nos números é que uma multidão deixa as salas de aula – virtuais ou presenciais – sem chegar à graduação efetivamente.
Não é preciso dizer que se queremos um país mais justo, com menos desemprego e mais equidade, precisamos melhorar esses dados. E as redes privadas, que concentram, afinal, o maior volume de estudantes, precisam refletir em como podem contribuir para a mitigação da evasão – seja pensando no bem maior de todos, seja pensando nos resultados de negócios, afinal, captar matrículas é muito mais caro do que manter estudantes, certo?
Para a maioria dos jovens, pagar a mensalidade de uma faculdade é o investimento mais importante de suas jornadas. É o passo fundamental para conseguir renda e melhorar a própria vida. E quanto mais vulnerável esse estudante é, mais a conclusão do estudo é transformadora.
Por isso, ele não pode se dar ao luxo de errar na escolha do curso que vai fazer. Talvez, essa seja a única chance a curto prazo que ele tenha para se graduar. E aí, entra um ecossistema que alia valor das mensalidades, qualidade acadêmica, modalidade de ensino, omnicanalidade e outros fatores que são essenciais para manter esse estudante em sua proposta de completar o Ensino Superior. No entanto, um ponto pouco falado e que precisa ganhar luz é a orientação profissional.
Esta se concentra no momento anterior à escolha do curso e pode ser determinante para que o estudante chegue à formatura. Essa reflexão leva em conta características pessoais e revela caminhos que nem sempre são evidentes para quem está em uma fase tão atribulada da vida.
Quantos desses jovens possuem referências ou podem contar com orientações sobre suas carreiras? Será que escolhem os cursos porque têm mais aptidão para aquela profissão ou porque acreditam que “vai dar mais dinheiro”? Provavelmente, quem quer mudar de vida, se encaixe mais na segunda opção. Mas, apesar da conquista da renda ser fundamental, não podemos perder de vista que cada pessoa possui um perfil, uma composição única de habilidades e competências que as tornam mais inclinadas para terem sucesso em uma carreira do que em outra.
Aquele que é comunicativo, argumentativo e gosta do contato social frequente, dificilmente, será feliz como técnico de informática, mesmo que essa seja a profissão que tem mais vagas disponíveis no mercado, por exemplo. Se ele cair nessa cilada, a chance de abandonar o curso de Tecnologia da Informação no meio do caminho é enorme! E mesmo que ele chegue a graduar-se, ele será feliz? É por isso que tenho visto a orientação profissional, cada vez mais, como a chave para a progressão acadêmica.
Na MoveEdu, temos um teste de aptidão profissional que revela para o jovem suas principais características e desejos. Uma mentoria presencial os ajuda a entender os resultados e a escolher quais são os cursos profissionalizantes mais adequados para cada perfil dentro das redes Microlins e Prepara. Quanto mais ele se desenvolve dentro da nossa rede, mais o conhecemos, tornando maior a nossa capacidade de orientá-lo nessa trajetória. Essa experiência tem se mostrado tão exitosa que será a base para o ingresso em nossas, recentemente, lançadas faculdades.
Por que uma fatia da população precisa sempre fazer suas escolhas baseadas somente na necessidade? Qual é o preço de carregar a insatisfação com o próprio emprego ao longo da vida? Quantos talentos se perdem e não afloram porque não tiveram a chance de serem desenvolvidos? São perguntas como essas que a orientação profissional responde.
Ampliar o acesso não é só garantir a entrada dos estudantes nas universidades, mas é também permitir que cheguem ao fim de seus cursos e conquistem essa etapa acadêmica com plenitude. Como empreendedor desse setor, eu acredito no caráter transformador da educação, assim como acredito que a transformação é ainda mais potente e duradoura se somarmos a essa equação o direito de todos os jovens de serem felizes. Esse tipo de orientação aumenta o conhecimento dos indivíduos sobre si e dá ferramentas para que eles enfrentem o mercado de trabalho com suas fortalezas.
